Papo Delas SobreIsso #07 – Responsabilidade Emocional
Cafeína 17 de dezembro de 2018

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Olá Amigos e Inimigos do Papo Delas! Hoje o SobreIsso #06 Especial Final de Ano é com a Patsy sobre Responsabilidade Emocional. Você se importa com o que os outros sentem? Divide seus sentimentos com sinceridade? Prefere se mostrar duro? Sentir é se expor? Um bonito texto para a gente se abraçar com vocês ouvintes neste final de 2018 😉 Feliz 2019, nossos bens!  Confiram e espalhem a palavra de ajuda para todos! Papo sério, papo delas!

Eu estava este final de semana num hostel e, num papo que se iniciou de maneira aleatória num grupo de 7 pessoas desconhecidas que me ofereci para passar um cafezinho da tarde e se extendeu madrugada adentro, começamos, no meio de 1 milhão de tópicos abordados, a falar sobre como é fácil querer e desquerer alguém hoje em dia. Como podemos encontrar alguém pra hoje e, ao mesmo tempo em que ficamos na expectativa de algo, não temos empolgação alguma caso nada aconteça e que, por vezes, esse sentimento se extende para pessoas que ficam mais tempo em nossas vidas.
Mas agora eu te pergunto: E a outra pessoa? O que a outra pessoa sente, ou melhor, o que você fez a outra pessoa sentir (Porque são coisas bem diferentes)?
Eu tenho uma piadinha bem infame quando pessoas criticam adolescentes que estão sempre muito exagerados em seus sentimentos, sejam eles para algo bom ou ruim. Sempre que alguém critica o “sentir demais” de algum adolescente/jovem adulto, eu concluo com “calma, daqui a pouco a vida mata ele por dentro aos poucos”.
É realmente impressionante como, após falarem que aquela frase é horrível, todos acabem concordando comigo, mas porque a vida nos mata aos poucos?
A grande maioria das pessoas morre aos poucos por dentro porque ao longo do seu caminho encontraram pessoas que simplesmente menosprezaram aquilo que elas sentiam e, por menosprezar, não me refiro a retribuir necessariamente o que o outro sente, mas ser sincero na presença ou ausência de reciprocidade. Preste atenção que neste relato eu não me refiro exatamente ao sentimento romântico, até porque quando morremos aos poucos por dentro, é bem comum que o assassino nos desperte amizade.
Isso cria dentro de nós um campo minado imenso, as pessoas vão ficando cada vez mais amendrontadas de sentirem e, caso sintam, têm medo de expor, porque hoje em dia a força está naquele que expõe menos o que sente. Criou-se um jogo onde manda aquele que liga menos e os abismos seguem aumentando cada vez mais.
De uns tempos para cá as pessoas tem se mostrado mais conscientes sobre a responsabilidade emocional, que nada mais é do que verbalizar aquilo que você sente de fato, seja isso o que a outra pessoa espera ou não e, quanto mais forte aquilo que você sente é, mais difícil se torna falar. Isso é normal, todos sabemos.
Lembro de um texto que dizia sobre distinguir a diferença “entre a retórica ilusória e desalmada de alguém que não pode amar, e o desespero inarticulado de alguém que ama demais” e isso é real, sentimentos fortes tendem a destruir nossa capacidade de articulação as vezes.
Mas seria lindo se o grande problema aqui fosse aquele que sente mais… aaah, mas o que sente mais aqui é o que morre por dentro aos poucos… e então se torna assassino também.

Façamos um teste: Tentem, por pelo menos uma semana, não verbalizar sentimentos falsos, não utilizem frases que reproduzam uma inverdade. Parece difícil, mas não é e, francamente, depois que começamos a fazer uso disso, a vida se torna bem mais leve, não precisamos criar justificativas para atitudes incoerentes porque nossos atos condizem com nossas palavras, não precisamos nem voltar na conversa para lembrar o que foi dito para aquela pessoa, porque o que foi dito foi apenas um reflexo do que já estava dentro de nós.

Lembro de um ex meu que nunca tive a capacidade de dizer “Eu te amo” porque dentro de mim eu sabia que gostava muito dele, mas ainda não era amor e confesso que era estranho não poder dizer pelo menos um “Eu também”, mas eu não queria que ele tomasse para si algo que ainda não era concreto dentro de mim.
Mas, apesar de soar toda sabichona e dona de mim, este ano mesmo ponderei por 15 dias se diria para dois amigos meus o quão grata eu estava de um deles ter me apresentado a outra porque, no momento em que fomos apresentadas eu buscava coisas fora da minha realidade diária para usar como esconderijo e encontrei abrigo nela, e abrigo era tudo que eu mais precisava naquele momento.
Num terceiro momento eu já escrevi num livro tudo o que sentia por um cara que eu estava junto e entreguei o livro de presente para ele, mas utilizei uma tinta que só aparece em luz negra e, com caneta normal, escrevi uma mensagem mais padrão. E aí agora vocês me perguntam “Patrícia, como depois de falar esse tanto sobre expor o que você sente para não maltratar o outro, você me lança uma dessas?!”
Bem, aquilo que tínhamos estava próximo do fim e, caso eu falasse, ele ficaria extremamente desconfortável. Eu precisava falar por mim, e não podia falar por causa dele, então escolhi a melhor alternativa. Aliás, ele só saberá da existência dessa mensagem caso ouça esse “Sobre Isso”, mas a essa altura do campeonato o livro já deve ter sido destruído.

Então pessoal, apesar de a responsabilidade emocional normalmente focar apenas no outro, se faz necessário nós aprendermos a nos conhecer também, porque, com a força do hábito de reprimir sentimentos, deixamos de nos compreeender e nos fim das contas nos tornamos incapazes de compreender o outro.
Vamos focar em conhecer o que sentimos e, mais que isso, aprender a nos responsabilizar pelo que fazemos os outros sentirem.

Agradecemos à todos vocês, ouvintes, e até o próximo!

Quem ama ouve, quem ouve comenta!

Edição e Vinheta:
Cafeína

Texto e Voz:
Patsy

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Recado

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